Teatro apresentado no projeto de leitura pelos alunos do 8º ano.
O
CIGARRA E A FORMIGA
NARRAÇÃO
- Era uma vez, em uma
floresta não tão distante daqui, com muitas árvores, ar puro.....Ahh!!! uma
tranqüilidade só.
CIGARRA
- (canta)- Esse mundo
me deve muito (2X)
NARRAÇÃO
- Essa não!! Que
barulho horrível. Ah!! Lá vem ele! Bom!! É isso aí...A história começou. Tchau!!
CIGARRA
- Ei, onde você vai?
Espera aí...não vai contar a minha história?
NARRAÇÃO
– Sai fora!!!
CIGARRA
- Eu sou o cigarra,
mas podem me chamar de Ci, o maior cantor do pedaço. Ah!! Já que estou aqui vou
mostrar para vocês a minha nova canção, eu mesmo que fiz. Deixa só eu pegar
aqui o violão...será o maior sucesso em todas as florestas do mundo. Esse mundo me deve muito (2x). Não
exagere pra quê se cansar. Formigas bobas sempre a trabalhar. Vamos tocar, cantar
e dançar. (canta uma música desafinada)
FORMIGA (interrompe a cantoria) - Ei, ei... PARE!
Que horror! Só podia ser você mesmo. Seu desocupado. Fazendo uma barulheira
dessas...
CIGARRA
- Olá dona Formiga,
quanto tempo, hein? E a senhora sempre de bom humor.
FORMIGA
- Não me venha com
conversa fiada, que eu tenho muito o que fazer...E pare com essa barulheira.
CIGARRA
- Sempre de bom humor
e com muita pressa... Que tal tirar um tempinho para relaxar?
FORMIGA
- Relaxar? Ora, não
me venha com besteiras. Você sabe muito bem que o inverno está chegando, e eu
tenho que estar preparada para quando isso acontecer.
CIGARRA
- Ora Dona Formiga, o
inverno ainda vai demorar a chegar. Vamos aproveitar o verão. Muito sol, verde,
música...
FORMIGA
- Não acredito que
estou aqui parada ouvindo essas tolices. E agora, chega dessa chiadeira que eu
tenho muito trabalho pela frente.
CIGARRA
- Boa idéia
formiguinha, enquanto você trabalha eu ensaio. Ouvindo uma boa música o seu
trabalho ficará assim, muito mais leve. Entendeu?
FORMIGA
- Ora!! Boa música?
Não sei como você pode chamar isso de música.
CIGARRA
- Falando em música,
Dona Formiga, poderíamos até formar uma dupla, hein? O que acha? A dupla
poderia se chamar CigaMiga, ou melhor ainda, CigaFo...tá bom, tá bom, poderemos
até colocar então Formigarra.Faríamos o maior sucesso.
FORMIGA
- Uma dupla, uma
dupla, ora! Onde já se viu, uma formiga da minha categoria, fazer dupla com um
sujeito como você. Era só o que me faltava. E agora, passe daqui, senão você
vai ver só uma coisa. Soldado!!!!!
(Soldado empurra a cigarra e sai).
CIGARRA Ai, ai....do que será que ela não
gostou? Será que foi do nome da dupla? Não sei porque tanto mal-humor. Mas,
deixe pra lá, vou continuar ensaiando. Tenho uma carreira linda pela frente. Já
posso até ver meu nome lá em cima brilhando e o povo gritando: Cigarra,
Cigarra, Cigarra...
NARRADOR
- Ah! Nem acredito. O
silêncio de novo. Bom! Vamos continuar. Nessa floresta, nem tudo era tão
tranqüilo assim. Como vocês já puderam ver, ou melhor, ouvir, moravam ali na
mesma árvore, apenas com a distância entre a raiz e o primeiro galho, a cigarra
e a formiga. É, vocês podem até não acreditar, mas eram vizinhos aqueles dois.
Daí... já dá pra imaginar o que vinha de confusão...Todo dia era a mesma
coisa....uma cantoria e uma vassourada...outra cantoria e outra vassourada.
CIGARRA
- Olá Dona Formiga!
Que belo dia hein?
FORMIGA
- Você de novo, essa não.
CIGARRA
- O que é isso dona
Formiga? Só queria lhe mostrar a minha nova canção.
FORMIGA
- Sai pra lá com essa
música. Porque você não arranja alguma coisa para fazer? Um trabalho, por
exemplo.
CIGARRA
- Ué! Eu não entendo
você Formiguinha. Estava compondo uma canção até agora. Quer ouvir?
FORMIGA
- Vejo que com você
não tem conversa mesmo. E, agora, me deixe trabalhar. Tenho que abastecer as
tulhas. Esse sujeito é muito folgado. Só pensa em cantar e cantar. Quero ver
quando o inverno chegar. A única coisa que vai cantar, ou melhor, roncar é o
seu estômago, e de fome.
NARRAÇÃO
- E, assim, os dias
de verão foram passando e passando. A Formiga, como não poderia ser diferente,
acordava cedo e logo já estava no trabalho puxando uma folha aqui, outra ali.
E, no seu caminho, lá no galho da árvore, estava a Cigarra, todo dia com uma
canção nova.
CIGARRA
- Nossa! Vocês
sentiram isso? Um vento gelado passou bem aqui nas minhas costas. Vocês não
sentiram? Ai, ai, ai. Será que é o inverno que está chegando? Não, não pode
ser. Ainda temos muito verão pela frente.
NARRAÇÃO
- Nessa floresta, o
inverno era tão rigoroso, tão forte que até caia neve. As árvores ficavam secas.
E, agora, a última folha tinha caído.
FORMIGA
- Corram, corram
todos. O inverno chegou. Rápido. Todos para suas casas. O inverno chegou!
CIGARRA
- O que? Não pode o
inverno chegar assim tão rápido. Cadê o sol? As flores? As folhas? A comida?
Como vou agüentar nesse frio? Ei, e eu? Para onde vou?
NARRAÇÃO
- E a cigarra ficou
por ali mesmo, sem saber o que fazer. Já estava quase congelada, quando se
lembrou da sua amiga Formiga. Com uma asa arrastando, foi até lá pedir ajuda.
CIGARRA
- Dona Formiga! Dona
Formiga! (toc, toc)
FORMIGA
- Ora! Quem pode estar
lá fora com um frio desses?
CIGARRA
- Sou eu, Dona
Formiga. Por favor, abra a porta antes que eu congele.
FORMIGA
- Essa voz, essa voz
eu conheço...Cigarra?
CIGARRA
- É, sou eu mesmo.
Será que você não teria um lugarzinho quente aí na sua casa? E se não fosse
abusar, um pouco de comida. Estou morrendo de fome.
FORMIGA
- Ora! Ora! Se não é
a super estrela da música que não queria saber de trabalhar. Eu lhe avisei, não
avisei? Se não fosse tão preguiçoso, teria construído uma casa para você e
guardado alimento durante o verão. Agora não venha bater na minha porta. Fora
daqui!
NARRAÇÃO
- É, não teve jeito.
Pobrezinho da Cigarra. Ficou ali estendido no chão duro, bem na porta da Dona
Formiga, todo coberto de neve. E assim termina nossa história...
FORMIGA
- Não!!
NARRAÇÃO
- Não?
FORMIGA
- Ah!! Está fazendo
tanto frio lá fora... Tenho tanta comida aqui dentro. Capaz até de estragar.
NARRAÇÃO
- A Formiga, então,
não pensou duas vezes, foi até a Cigarra que estava lá estendida no chão e com
um xalinho de paina a embrulhou e trouxe para dentro de sua casa. Depois de
alguns chacoalhões e outras tantas xícaras de chá quente a Cigarra voltou à sua
cor natural. Em volta da mesa, enquanto lanchavam a conversa corria solta.
CIGARRA
- Ah! Pode deixar
Dona Formiguinha que eu dou uma ajeitada na mesa e... essa louça eu lavo!!
FORMIGA
- Hum! Vejo que você
possui outras habilidades também...
CIGARRA
- É!! Saí de casa
muito novo...Tinha esse sonho de um dia ser cantor... Então... Desde muito cedo
tive que aprender a me virar!
FORMIGA
- Sabe Seu
Cigarra...até que sua música não é tão ruim assim...tenho que confessar que as
vezes o nosso trabalho aqui em baixo fica muito mais leve enquanto você canta.
CIGARRA
- Ô Formiguinha, nem me fale uma coisa dessas,
olhe só... fico todo emocionado.
FORMIGA
- Eu também quando
era criança pensei em ser cantora, tocar um instrumento, como vocês
cigarras...mas, na minha família há uma tradição muito forte, ninguém nunca
saiu para fazer outra coisa!
CIGARRA
- É...entendo!
FORMIGA
- Se não for abusar,
posso te pedir uma coisa? Será que você não poderia.. (sem jeito de dizer) é,
você sabe...me ensinar a tocar alguma coisa?!
Cigarra
- Mas é claro
formiguinha, com o maior prazer...Deixa só eu pegar o violão. Aqui está, segure
ele assim...Agora e só colocar esses dedos aqui e com a outra mão bater na
corda assim... (som do violão). Muito bem até que você leva jeito!! Vamos lá!
(cantam
uma música) - Sonhar nunca desistir, ter fé, pois fácil não é nem vai ser.
Tentar até se esgotar suas forças o que tenho quero dividir pra ostentar
esperança levar e o mundo sorrir
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